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Perícia acha sangue no elevador do prédio onde morreu namorada de jogador da Portuguesa
09/08/2011

Perícia realizada nesta segunda-feira (8) encontrou sangue no elevador do prédio onde mora o jogador da Portuguesa Rafael Silva, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo. A namorada do atleta, Flávia Anay de Lima, 16, morreu ao cair do 15º andar do edifício na madrugada do último dia 31 de julho. A Polícia Civil investiga se ocorreu suicídio ou se o jogador teria participado da morte, que ocorreu após uma briga do casal.

O jogador nega ter responsabilidade na morte da namorada e diz que Flávia pulou da varanda do apartamento -os pais da jovem não acreditam na hipótese de suicídio. À polícia, Rafael Silva afirmou que, durante a briga, a namorada atirou uma caixa de som em sua cabeça, o que provocou sangramento na região da nuca.

Após assistir a imagens da câmera de segurança do elevador, gravadas logo depois da morte de Flávia, a família solicitou que fosse feita uma nova perícia no local. Nas imagens, que mostram o jogador aparentemente desesperado, Rafael bate com a cabeça diversas vezes contra a parede do elevador, mas o sangue não aparece no vídeo.

A intenção da família era verificar a explicação dada pelo jogador sobre o sangue encontrado no apartamento. Na perícia realizada hoje, a polícia detectou sangue com ajuda de luminol –produto químico que reage ao entrar em contato com sangue. Agora, a delegada Elisabete Sato aguarda a análise do material encontrado -que pode demorar até 30 dias- para saber de quem é o sangue no elevador.

Relação conturbada

Rafael e Flávia se conheceram na Praia Grande (Baixada Santista) há cerca de três anos e viviam juntos desde o final de 2010. A família da jovem afirmou que era contra a união dos dois, mas a garota fugiu de casa, no litoral, para viver com o atleta na capital paulista. Segundo familiares de Flávia, as brigas entre o casal eram constantes.

Hoje, o avô de Flávia prestou depoimento na 5ª delegacia seccional da zona leste. Segundo o advogado Ademar Gomes, a jovem chegou a morar um tempo com o avô, em São Paulo, antes de dividir o apartamento com Rafael. Gomes afirmou que o avô de Flávia confirmou os relatos de outros parentes e disse que o jogador bebia muito e agredia frequentemente sua neta.

Segundo Giuseppe Cláudio Fagotti, vice-presidente jurídico da Portuguesa e advogado do jogador, Rafael nega as acusações. “O que importa para mim é o resultado da perícia, que vai comprovar o que o meu cliente falou”, disse.

Natural de Feira de Santana (BA), Rafael Silva foi revelado nas categorias de base da Portuguesa, clube que ele defende há cerca de seis anos -dois como profissional. Fagotti afirma que o jogador está abrigado em um sítio de parentes na Grande São Paulo, recebendo tratamento médico e psicológico. Ainda de acordo com o advogado, Rafael, além do corte na cabeça, está com ferimentos no braço, resultantes da briga com a namorada.

Também estavam previstos para hoje os depoimentos da avó e de Larissa Kisy, tia de Flávia, mas uma queda de energia na região do DP obrigou a polícia a adiar os interrogatórios para sexta-feira (12).

A polícia aguarda o resultado dos laudos periciais realizados no apartamento. “Aquilo que aconteceu naquela noite é muito obscuro. Quando chegar o laudo da perícia vamos saber o que aconteceu. É uma das hipóteses [homicídio ou suicídio]. É preciso investigar, não seremos injustos com ninguém”, afirmou Ademar Gomes.

Por Guilherme Balza

Fonte: www.uol.com.br