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Apresentador do CQC pode ser investigado por piada sobre estupro
11/07/2011

O Ministério Público de São Paulo pediu abertura de inquérito policial contra o humorista gaúcho Rafinha Bastos, apresentador do programa "CQC", da TV Bandeirantes, para apurar suposta incitação e apologia ao crime por conta de uma piada sobre estupro. As declarações teriam sido feitas por Bastos em seu show de comédia Stand-Up e reproduzidas na revista "Rolling Stone".

Na ocasião, o humorista teria dito que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço e não cadeia.

O pedido de abertura de inquérito foi feito pela promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar de SP. No ofício, a promotora diz que o humorista compara publicamente o estupro a "uma oportunidade" para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de "um abraço".

"O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente
incentivado", diz a promotora de justiça.

A requisição de instauração de inquérito é resultado de representação feita à Promotoria pelo Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública do Estado de SP.

A piada de Bastos foi criticada pelo Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, órgão institucional formado por representantes da sociedade e do poder público, que divulgou nota de repúdio contra o humorista. "A liberdade de expressão, direito previsto constitucionalmente, encontra limite quando em choque com outro direito, que é o da dignidade da pessoa humana, que está acima de qualquer outro", diz a nota.

O conselho viu na piada de Bastos conteúdo machista e preconceituoso, "encorajando homens, bem como fazendo parecer que o crime de estupro, hediondo por sua natureza, não seja punível".  (Com informações da Folha de S. Paulo)

Contraponto

Contatada, a assessoria de imprensa de Rafinha Bastos disse que o humorista não tem nada a declarar sobre o assunto.

Fonte: www.espacovital.com.br