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Em depoimento a representantes da OAB de Minas Gerais, do Ministério Público Estadual, da Ouvidoria da Polícia e das comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado, a dentista Ingrid Calheiros Oliveira, noiva do ex-goleiro Bruno Fernandes, acusou uma juíza e um advogado de tentativa de extorsão para colocar o acusado em liberdade.
Bruno está preso desde julho do ano passado, acusado do sequestro e assassinato de sua ex-amante, Eliza Samudio, de 25 anos.
Conforme a acusação, uma juíza que atua em comarca na região metropolitana de Belo Horizonte e um advogado teriam pedido R$ 1,5 milhão para conseguir a libertação do jogador. No seu depoimento, Ingrid afirmou que foi procurada no fim do ano passado pelo advogado por indicação da juíza - que em outubro de 2010, durante uma audiência do caso, defendeu publicamente a libertação de Bruno.
Pelas investigações da Polícia Civil mineira, a morte de Eliza completou um ano no último dia 10. Desde então, Bruno e outros oito acusados do crime tiveram 59 habeas corpus negados pelo TJ-MG, além de outros recursos recusados também pelo STJ.
Pelas conversas iniciais, Bruno faria o pagamento até 48 horas após ser solto. Em seu depoimento, Ingrid afirma que o advogado depois mudou a negociação e exigiu que o valor fosse pago uma semana antes de o pedido de habeas corpus ser impetrado. Um e-mail em poder da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, que teria sido enviado pela juíza à dentista, ainda pedia que Ingrid não atendesse "nenhum telefone de Brasília" e informava o telefone pessoal da magistrada.
Em outra correspondência - que teria sido enviada por Ingrid a Bruno por meio do atual advogado do goleiro, Cláudio Dalledone Júnior - a dentista diz que "a conversa mudou", em referência ao acerto inicial com o outro advogado , e que havia desistido de fazer o pagamento antecipado porque, caso a artimanha não tivesse efeito, não teriam "como provar" o acordo e o respectivo pagamento.
Ela alegou ainda que após desistir do negócio foi abordada por um policial armado que se identificou apenas como "Leandro". O suposto policial pediu que ela "pensasse com carinho" em manter o contrato com o advogado, informando que a juíza é uma pessoa "muito influente".
"Ela (Ingrid) resolveu depor porque ficou com medo", afirmou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, deputado estadual Durval Ângelo (PT). O parlamentar encaminhou ontem (15) cópia do depoimento ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Federal da OAB. (Com informações da Agência Estado, Diário do Grande ABC e Paraná Online).
Fonte: Espaço Vital -www.espacovital.com.br