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Bandido se entrega após manter reféns em ônibus em Niterói
Bandido se entrega após negociação com policiais Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
RIO — Um assalto com reféns em um ônibus na subida Ponte Rio-Niterói bloqueou o acesso ao elevado pela Avenida do Contorno no sentido Rio, na manhã desta terça-feira. Equipes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal cercaram o coletivo e negociaram a rendição do suspeito, que ocorreu às 9h50m. Segundo a PRF, o criminoso usava uma arma falsa. O motorista do ônibus e todos os passageiros estão sendo levados para a 76ª DP (Centro).
Acervo O GLOBO: sequestro do ônibus 174 teve morte de refém e bandido, em 2000
Bandido se entrega após negociação com policiais Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
O tenente-coronel Fabio Marçal, subcomandante do 12º BPM, explicou que havia cerca de 30 passageiros no ônibus no momento do anúncio do assalto. O motorista sinalizou a ocorrência e os agentes responderam assim que receberam um chamado do 190.
— Na 76ª DP, vamos tomar conhecimento da dinâmica dos fatos, quando ele entrou e anunciou o assalto. O tempo todo negociamos, com o objetivo de preservar a vida dos reféns. Ele (o bandido) também se mostrou sensível à situação, pediu a presença da esposa, que ajudou na negociação. Ele foi liberando os mais nervosos e as mulheres primeiro — relatou o tenente-coronel.
Segundo o subcomandante, o criminoso estaria munido de uma pistola de brinquedo, que foi encaminhada para a delegacia. Mesmo sem a identificação do homem, a PM já sabe que ele é morador do bairro Vila Lage, em São Gonçalo.
PASSAGEIRO NOTOU QUE ARMA ERA FALSA
Um dos últimos a sair do ônibus após o fim do assalto, o passageiro Felipe Roseano contou que percebeu a blitz da PRF na Avenida do Contorno e fez sinal com a mão para que os agentes parassem o veículo. Ele disse que notou que a arma era de plástico ainda durante a negociação. Roseano, então, conversou com o bandido e ajudou os passageiros mais nervosos.
— No começo foi bem assustador. Ele falou que queria celular de todo mundo e dinheiro, porque assinaria a condicional hoje e não tinha dinheiro para isso nem para alimentar o filho. Eu via o desespero dele. Ele só pareceu agressivo quando os policiais queriam entrar (no coletivo). Eu falei para ele que sabia que a arma era de brinquedo e ele me respondeu: 'Cara, eu já perdi. Eu sei' — relatou o jovem em entrevista ao vivo no Facebook do GLOBO.
Para os policiais, no entanto, ele mantinha a posição de que não tinha nada a perder e exigia a presença da família. Segundo Felipe, o bandido dizia que sairia dali morto, e não preso, porque já havia sido detido outras vezes. Prestes a se entregar, o assaltante pediu que o refém levasse a pistola falsa até os policiais. Sem condições emocionais de trabalhar, Felipe foi para casa após o episódio.
Um dos reféns falou sobre os momentos de tensão pelos quais passou:
— A PRF graças a Deus notou (o assalto no ônibus). Ele queria todo o tempo ir para a Ponte. Estava muito nervoso. Não sabíamos se a arma era de verdade ou de brinquedo. Quando a Blazer da PM chegou, ele ficou mais nervoso. Chegou a falar: "Passa por cima". Foi um sufoco — contou Tiago Freira, auxiliar administrativo.