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Identificadas todas as vítimas do acidente aéreo que matou Teori Zavascki
20/01/2017

Foram identificadas as duas mulheres que estavam no avião que caiu em Paraty (RJ) nesta quinta-feira (19/1), matando o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, aos 68 anos. De acordo com o Grupo Emiliano — cujo dono, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, 69, também morreu no acidente —, as passageiras eram a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, 23, e a mãe dela, a professora Maria Ilda Panas, 55. Além deles, a queda também vitimou o piloto da aeronave, Osmar Rodrigues, 56.

Avião que levava ministro Teori Zavascki caiu a 2 km do aeroporto de Paraty (RJ).
Reprodução/Aeroagora

Segundo o Grupo Emiliano, Maira prestava serviço a Filgueiras, que passava por tratamento no nervo ciático. Como a mãe dela tinha vindo de Juína (MT) visitar a filha em São Paulo, o dono do Hotel Emiliano convidou-as para o fim de semana em Paraty, onde ele tinha uma fazenda.

"O Grupo Emiliano registra seus sentimentos e condolências para a família e amigos. E informa que está prestando apoio e informações aos familiares", diz a nota do conglomerado à imprensa.

Resgate dos corpos
O Corpo de Bombeiros de Paraty e Angra dos Reis informou que retirou três vítimas do mar no início da madrugada de sexta-feira (20/1). A entidade afirmou que, nessa operação, resgatou os corpos de dois homens e uma mulher, mas sem identificá-los.

Na manhã desta sexta, os bombeiros tiraram os dois outros mortos do mar (um homem e uma mulher).

Técnico e coerente
Teori Zavascki era ministro do Supremo Tribunal Federal desde 29 de novembro de 2012, quando foi nomeado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Cezar Peluso.

Antes de chegar ao Supremo, onde integrava a 2ª Turma, foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (2003-2012), atuando quase sempre na 1ª Seção, que julga matérias de Direito Público. Começou sua carreira na magistratura como desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (1989-2003), onde ingressou pelo quinto constitucional da advocacia. Foi ainda juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (1991-1995) e presidente do TRF-4 (2001-2003). Também atuou como superintendente jurídico do Banco Meridional (1986-1989) e advogado do Banco Central (1976-1989).

Era tido entre seus pares como um homem técnico e coerente — qualidades que deixavam Dilma Rousseff orgulhosa de sua escolha. Certa vez, o ministro do STJ Napoleão Nunes Maia Filho disse que Teori era "absolutamente coerente, por isso previsível em suas posições".

"Ele se recusa a dar uma interpretação mais aberta da Constituição, como eu faço às vezes. Segue estritamente o que está escrito na lei", comentou o hoje ministro aposentado do STJ Castro Meira.

De tão discreto e afeito à judicatura, não ganhou fama fora das paredes do tribunal. Tanto que, quando Dilma anunciou sua indicação, pouca gente fora do STJ e do grupo de advogados militantes na corte, especialmente os tributaristas, o conheciam.

No entanto, na vida real, Teori era bem-humorado e atencioso, tanto com amigos e profissionais do Direito quanto com jornalistas.

Fonte:Conjur.com.br